Comparados os 10 primeiros dias de junho e julho, Covid aumentou 125 por cento

Ruas do comércio lotadas e sem controle
Maurício Maron

Exclusivo.

Levantamento feito pelo Jornal Bahia Online revela uma situação que deve preocupar as autoridades de Ilhéus.  No período de 1º a 10 junho, Ilhéus teve oficialmente 200 novos infectados pela Covid-19, o que dá à cidade uma média de registro de 20 casos por dia.

Neste mesmo período de julho (1º a 10), o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde registrou 450 novos casos da Covid-19, uma média de 45 novos casos, diariamente.

A comparação apresenta um crescimento de 125 por cento, numa diferença de 30 dias, no número de casos, se comparado o mesmo período e, praticamente, coincide com a decisão do governo municipal pela reabertura gradual do comércio.

Não há cientificamente nenhum dado coletado pelo JBO que comprove essa relação direta do crescimento de casos x comércio aberto.

É por isso que no início da matéria falamos que o tema "deve preocupar as autoridades". O crescimento acelerado no comparativo deve ser, sim, analisado detalhadamente pelos órgãos sanitários. Ontem à noite, de posse deste levatamento, o JBO fez esse qestionamento ao secretário Geraldo Magela e pediu que ele fizesse uma análise sobre os dados comparativos. Até hoje pela manhã não tivemos resposta. Logo que o secretário se pronunciar estaremos atualizando a matéria.

No boletim de ontem à noite, mais 45 casos foram registrados nas últimas 24 horas, considerando o horário de divulgação dos boletins: todos os dias, às 18 horas. 

"Estou assustado com o descaso das pessoas, a absoluta despreocupação com a contaminação do Covid", disse o vice-prefeito de Ilhéus, José Nazal, procurado pelo JBO. "Parece que não esta acontecendo nada ao ver a aglomeração no comércio, nas lotações, festas e comemorações, como se nada tivesse ocorrendo de grave. Pessoas sem máscaras, outras com a máscara no queixo ou pendurada um uma orelha", lamentou.

Nazal considera que a explicação está justamente nesse relaxamento visto nas ruas. "É preciso um grito de alerta para ver se as pessoas despertam", afirmou.